Como primeiro post deste Blog, escolhi escrever sobre escassez de água, porque considero ser uma preocupação cuja dimensão aumenta de dia para dia, sendo necessário que todos contribuam para a sua atenuação/ resolução.
Água no Planeta Terra
A água é um recurso natural insubstituível e imprescindível que está em constante renovação. É um recurso necessário à vida de todos os seres vivos vegetais e animais e sem ela a vida acabaria no nosso planeta.
A água dos continentes concentra-se praticamente nas calotas polares, glaciais e no subsolo, distribuindo-se a parcela restante, muito pequena, por lagos e pântanos, rios, zona superficial do solo e biosfera. A quase totalidade da água doce dos continentes apresenta, para além de dificuldades de utilização, o inconveniente de só ser anualmente renovável numa fracção muito pequena, tendo-se acumulado ao longo de milhares de anos.
A distribuição de água doce pelas várias regiões do planeta é muito desigual. Enquanto que, alguns países dispõem de mais água do que aquela que seus habitantes necessitam, outros estão situados em regiões extremamente secas, como o norte da África, o Médio Oriente e o norte da China.
Como exemplo podemos verificar que no Canadá, um habitante têm disponível para consumo, cerca de 600 litros de água por dia e, em certas zonas de África, a água para consumo disponível para um habitante, seja inferior a 30 litros por dia.
De acordo com dados da ONU, as diferenças registadas entre os países desenvolvidos e os países em via de desenvolvimento evidenciam que a crise mundial dos recursos hídricos está directamente ligada às desigualdades sociais. Em regiões onde a situação de falta de água já atinge índices críticos de disponibilidade, como nos países do Continente Africano, a média de consumo de água é de 10 a 15 l/dia/habitante. Já em Nova Iorque, há um consumo exagerado de água doce tratada e potável, podendo atingir cerca de 2 000 l/dia/habitante. Em Portugal o consumo de água por habitante situa-se nos 161 l/dia (Fonte INAG, Inventário Nacional dos Sistemas de Água e de Águas Residuais - INSAAR).
Causas da escassez de água
A escassez de água é resultado do consumo cada vez maior, do mau uso dos recursos naturais, da destruição das florestas, da poluição, do desperdício, da falta de políticas públicas incentivando o uso sustentável, a participação da sociedade e a educação ambiental.
A expansão urbanística, a industrialização, a agricultura e a pecuária intensivas e ainda a produção de energia eléctrica (associadas à elevação do nível de vida e ao crescimento populacional) passaram a exigir crescentes quantidades de água.
A satisfação das necessidades de água coloca, nos dias de hoje, sérios problemas às populações. Para além das grandes quantidades exigidas, algumas das utilizações prejudicam fortemente a qualidade da água, que, se restituída aos meios naturais sem tratamento prévio, para além de não poder ser utilizada, é nociva ao próprio ambiente.
A poluição, a má gestão da água e as alterações climáticas, que estão de facto, a provocar o aquecimento do planeta, são alguns dos motivos que contribuem para a menor disponibilidade dos recursos hídricos.
A poluição da água resulta em grande parte do derrame nos rios e lagos de resíduos provenientes da agricultura, indústria e grandes centros urbanos. O Homem tem sido responsável pela contaminação de grande parte da água doce existente no planeta, incluindo a água subterrânea, devido à contaminação com grandes quantidades de fertilizantes químicos.
De acordo com dados da ONU, cerca de 1200 milhões de pessoas não têm acesso a água potável e 2400 milhões carecem de serviços de saneamento adequado. Até ao ano de 2025, estima-se que dois terços da população do planeta, cerca de 5500 milhões de pessoas, vivam em países com graves problemas de escassez de água. A mesma organização refere ainda que, no ano 2050, o nosso planeta terá uma população de 8,9 biliões de pessoas, das quais 4 biliões viverão em países com escassez crónica de água.
Muitos utilizadores ainda uilizam a água como um bem ilimitado e não estão consciencializados do desperdício. O público precisa compreender que os esforços de preservação feitos hoje terão um impacto significativo nas gerações futuras. Maior responsabilidade social é crucial para modificar o comportamento a longo prazo. Com motivações apropriadas, as pessoas ficarão mais inclinadas a agir.
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